203 dias sem O Diário da Jessie Bessie
Estive ausente, sem escrever aqui, durante cerca de 203 dias, mas agora voltei. No entanto, para aqueles que não me conhecem não sabem a razão da minha tão larga ausência. Mas, calma, tudo tem explicação!
A razão pela qual estive ausente foi devido a uma das experiências mais gratificantes da minha vida (e que aconselho a todos os que possam fazer, a fazer). Estive durante cerca de 5 meses e meio (mais dia, menos dia) em Espanha (mais concretamente, Valência), em Erasmus.
MAS, antes que pensem que eu só não escrevi aqui, porque apenas estive sempre em festas, embriagada todos os dias, que mal estudei e passava os dias inteiros na praia, gostava de vos provar que estão errados sobre o que é fazer Erasmus (ou o que devia ser, na minha opinião).
ATENÇÃO que não falo por todos os alunos Erasmus, mas falo por mim, e claro pela minha experiência.
Eu não fui para Erasmus, porque a vida em Espanha é muito louca, não fui para não estudar e ter notas sem esforço (pois, existe o MITO, atenção que é mito, que quem está em Erasmus passa na boa, sem estudar...mas desenganem-se meus caros).
Fui em Erasmus para Espanha, mas essa não foi a minha primeira opção. As minhas primeiras opções eram Holanda, Itália ou República Checa. Mas após a primeira reunião com as pessoas responsáveis por nos "mandarem" para outras universidades, vi que não podia aguentar o custo de vida de alguns desses paises, como é o caso de Itália.
Então tive de arranjar o plano B, tendo em conta os seguintes critérios:
- Um sítio, onde possa viver, com um custo de vida mais ou menos razoável;
- Um sítio, onde passa viajar e conhecer várias cidades, às quais nunca tinha ido antes;
- Uma universidade, onde possa aprender algo que não posso aprender na minha faculdade em Lisboa;
- Um sítio, onde não faça muito frio e que seja agradável no verão;
- Um sítio, onde se fale uma lingua que domine mais ou menos, como Inglês ou Espanhol.
E voilá ... Espanha! E depois, fui vendo as universidades e escolhi a 4ª melhor da Europa na minha área: Psicologia, e que me permitia realizar cursos na universidade de Criminologia (o meu eterno sonho).
E foi assim que vivi os melhores meses da minha vida, na 3ª maior cidade de Espanha, Valência.
Agora que vos expliquei o porquê de ter escolhido Valência, é melhor explicar-vos que o meu Erasmus, foi diferente das opiniões sobre o que é fazer Erasmus.
Primeiro, não estive sempre em festas (aliás, se fui a mais de 5 festas foi muito). Não, porque elas não existissem (porque existem e em grande escala), mas porque não foi essa a razão que me levou a realizar Erasmus.
Segundo, viajei o quanto podia! Em vez de gastar dinheiro em festas e bebidas, gastei dinheiro a viajar e a conhecer novos sítios (e em breve, mostrarei tudo sobre isso aqui). Estive em Barcelona, Madrid, Múrcia, Calpe e etc ...
Terceiro, empenhei-me em estudar e ter boas notas, e ao contrário dos mitos, estudei e trabalhei bastante (mais do que em Portugal, na minha própria faculdade). Ao contrário de alguns estudantes que querem fazer o minimo de cadeiras possíveis, eu fiz 6 cadeiras, e passei a todas, com sucesso.
Quarto, uma das razões pelo qual o Erasmus é tão gratificante, é o contacto com outras culturas, e no meu caso, fiz amigos de muitas nacionalidades (embora em Espanha se encontre mais Alemães e Italianos). No entanto, conheci algumas pessoas que não sairam da sua zona de conforto, preferindo viver por exemplo, com pessoas da sua própria nacionalidade (o que na minha opinião, é um pouco limitador).
Em quinto e último lugar, não tirei nenhum curso de Linguas, mas melhorei o meu Espanhol e Inglês e ainda aprendi palavras em Valenciano (que não é mais que uma mistura de Italiano, Francês e Espanhol).
Todos os Erasmus são diferentes, e não considero que o meu seja melhor do que o de outros, mas foi à minha maneira, e adorei. Fiz muitas coisas, superei-me a mim mesma, e não me arrependo de nada (aliás, gostava de repetir, mas para outro lugar, claro). Trouxe um pouco de Valência comigo, e um dia espero voltar lá, nem que seja para recordar tudo o que lá vivi.